Em defesa da ‘Pirâmide Deitada’. João Canavilhas, professor universitário da Universidade da Beira Interior, considera que é vital aos sites de informação on-line a presença do vídeo, dos links, que encaminhem o internauta para mais detalhes, cronologias, por exemplo. Em suma, uma nova linguagem.
"Integrar o vídeo, o audio e a infografia são passos fundamentais", explica o o autor da tese ‘Webnotícia Proposta de um Modelo de Jornalismo para www’, recentemente apresentada na Universidade de Salamanca. O seu trabalho traça uma espécie de gramática: regras que se devem atender no jornalismo on-line.
Os internautas mostram preferir a forma de organização não linear das peças jornalísticas, como prova o estudo levado a cabo por João Canavilhas.
"Mais de 95% dos utilizadores sentiram-se mais satisfeitos com a leitura, que permite a utilização do hipertexto (links para caixas detalhadas), além de compreenderem melhor a notícia do que aqueles que ficaram pelo texto linear".
O internauta revelará um leitor
"mais activo e competente". Antes,
"era como se houvesse uma só história, mas com o modelo da 'pirâmide deitada', é como se sucedessem várias enredos".
Em Portugal, à excepção do ‘Público’ e do ‘Expresso’, que já dão os primeiros passos na introdução da
"nova linguagem", ainda não há sites que façam essa oferta, considera. Como exemplo de referência, João Canavilhas apresenta o site espanhol do ‘El Mundo’ e o norte-americano do ‘The New York Times’.
O professor está convencido que esta mudança não será tão complexa quanto possa parecer ao jornalista que trabalha nos modelos tradicionais. O próprio ‘software’ tem sido alterado para facilitar a sua manipulação.
Divergindo do modelo tradicional da ‘pirâmide invertida’, baseado na exposição do mais importante à cabeça da notícia, João Canavilhas propõe agora a ‘pirâmide deitada’ para o webjornalismo. Com o novo modelo, defende, a notícia deve partir do mais simples para a sucessivo acrescento de informação, fornecido com cronologias, vídeo, infografias, etc. Como não há limite de espaço, uma notícia pode ter múltiplas janelas informativas.
"Em vez de uma só 'história'", explica,
"o leitor pode fazer a sua leitura do acontecimento de uma forma mais ou menos desenvolvida".
in ‘Jornal de Notícias’ de 24 de Dezembro
Ver http://crea1.ubi.pt/jcanavilhas.html
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